quinta-feira, 30 de setembro de 2010

AMOR PERFEITO

O amor não pode esperar a poeira baixar, a chuva cair, 
O dia findar ou a bolsa subir.
O amor não pode esperar o sim que eu quero, a tristeza partir, 
O sinal que espero ou a porteira abrir.
O amor não pode esperar recompensa, nem perdão,
Nem sentença, nem consolação.
O amor não pode esperar só primavera, nem só flores no chão, 
Nem só a bela, ou a fera, ou a vida de cão. 
O amor não pode esperar formatura ou casório,
O filho nascer, a floresta crescer e o fim do velório.
O amor não pode esperar o final feliz.
Porque o amor não tá fora, o amor é a hora: tem que acontecer.
O amor é a poeira, é a chuva, é o clarão
É a noite, a alegria, é o dia surgindo, a porteira se abrindo
É primavera florindo, o perdão sem demora
O amor não é dado, nem futuro ou passado, 
O amor é o agora.

O amor é a batalha da vida, a formatura a caminho
É a bela, é o carinho, é o filho chorando de pura emoção
É um casal se cuidando, trabalhando, transando
É a satisfação.

O amor é a lida, suada, sofrida, de quem não se rende
O amor não é tudo, mas ele está em tudo e a gente entende
Com a mais pura certeza
De que a vida e o mundo
Em sua natureza
São um caso profundo
De amor  perfeito.

domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre a amizade

Há poucos dias deixei de lado a resistência e criei um perfil no Orkut. Aceitando o convite para ser amigo de uma pessoa, apareceu uma mensagem que me fez pensar: "Essa pessoa não pode aceitar novos amigos porque  já atingiu o número máximo de amigos permitido". Levei um susto. Depois do susto, refleti, lembrando histórias que ouvi de minha mãe, na infância, a respeito de verdadeiras amizades.No Orkut, uma "pessoa" (perfil) pode ter, no máximo, 1000 amigos, se não me engano. Minha primeira pergunta: Pode uma pessoa não ter ter direito a novos amigos porque já atingiu o limite de amigos permitido? E a segunda, lembrando da sabedoria de minha mãe: E pode uma pessoa ter 1000 amigos (amigos messssssssssmo!)? Boas, perguntas, não?!.

Não estamos acima ou fora da criação. Somos parte dela.

Em junho deste ano tive a oportunidade de conhecer um lugar maravilhoso, próximo à capital do Tocantins, chamado Taquaruçu. Uma pequena área de conservação permanente, com muito verde e cachoeiras lindas. O que mais marcou, porém, foi dividir espaço na mata com algumas dezenas de macacos, cheios de vitalidade, se movendo rápidos e barulhentos de um lado para outro. Me impressionou com que habilidade punham coquinhos sobre uma pedra e, com outra menor nas mãos, os quebravam para se alimentar. Uma experiência inexplicável.
Pois bem, 90 dias depois, a frase que ainda faz eco em meus ouvidos: "Estivemos de novo em Taquaruçu. O fogo consumiu praticamente toda a área. Dos macaquinhos avistamos apenas um casal de adultos, a mãe com um filhotinho às costas, encolhidos e tristes, andando lentos entre o que sobrou da mata consumida pelas chamas."  
 
Entendi, então, porque as pessoas já não são afetadas quando seus semelhantes ou a natureza é atingida: é porque estamos distantes uns dos outros e nos achamos distantes também da natureza. Se tivéssemos maior responsabilidade e proximidade, estaríamos mais ligadas e seríamos todos mais cuidadosos, porque sentiríamos em nós a dor da vida agredida no outro e na natureza. A verdade é uma só: somos parte da terra e da grande teia da vida. Tudo o que atingir a terra, atingirá também os filhos da terra; tudo o que atingir um ser vivo, atingirá, também os demais.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sobre a liberdade

"Minha liberdade termina onde começa a do outro!". Será mesmo? Discordo. Nestes termos apenas uma pessoa pode ser livre por vez. Para que você seja livre, é preciso que eu deixe de ser. Para que sua liberdade comece é preciso que a minha termine. Acredito, então, que melhor seria dizer MINHA LIBERDADE TERMINA ONDE TERMINA A LIBERDADE DO OUTRO. Ou seja, a liberdade pessoal está condicionada e integrada à liberdade das outras pessoas. Assim, à medida que minha existência ou algum outro fator restringe a liberdade do outro, minha liberdade também está sendo ameaçada e afetada, de algum modo. O mesmo vale em relação ao meio onde vivemos: viver em liberdade supõe aumentar as condições para que todos sejam igualmente livres.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

FICHA LIMPA, SUPREMA DIVISÃO

Ao cabo de mais de 14 horas de sessão o Supremo Tribunal Federal - STF suspendeu julgamento do de recurso extraordinário contra decisão do TSE que cassou a candidatura do ficha suja Joaquim Roriz, que, envolvido em fortes esquemas de corrupção, renunciou ao mandato do senado para não ser cassado por crime de improbidade administrativa.

Com uma cadeira vaga, o STF dividiu-se ao meio, chegando a um insolúvel empate em 5 votos a 5. De um lado, acompanhando o voto do relator - ministro Ayres Brito, vice-presidente do STF - o grupo que entende e defendeu a tese de que a probidade não pode esperar e que a Constituição já prevê a exigência de considerar a vida pregressa do candidato a cargo eletivo. O outro grupo, incluindo o presidente Peluzzo, defendendo que o candidato, mesmo tendo cometido e sido condenado por crimes de improbidade, não pode ser atingido pela lei, pelo simples fato de que a improbidade foi cometida antes da lei e que a lei só pode ser aplicada a partir de um ano após sua publicação.
Peluzzo e Brito, em lados opostos.

Ora veja, o crime existiu e o criminoso que o cometeu sabia que estava cometendo um crime - e, foi condenado por isso. O fato da Lei da Ficha Limpa surgir depois não altera esse fato: o agora candidato é condenado por crime de improbidade, por bandidagem contra a coisa pública. Não se trata de um crime que não existia e agora passou a existir; trata-se da definição de que quem cometeu determinado crime, e já foi condenado, não pode mais ser aceito como candidato. A novidade é que por ter sido condenado pelo crime cometido, o ficha suja agora é impedido de ter nova chance para continuar cometendo os mesmos crimes, provavelmente, de maneira mais sofisticada para evitar novas condenações. Parece que bandido é assim mesmo, está sempre se aperfeiçoando para andar um passo à frente da Lei, na certeza de que depois apela para a cláusula pétrea de que a lei não pode ser aplicada a crimes cometidos anteriores à sua publicação. 

Entrega do projeto de lei, com milhões de assinaturas. 
O empate sem proclamação de decisão, talvez, reflita a própria condição da sociedade brasileira. Por um lado, uma parcela atuante que se mobiliza e conquista a Lei da Ficha Limpa.  Por outro, a parcela da população que ainda tem dificuldade de recusar e penalizar nas urnas os condenados por crimes contra a administração e o patrimônio público. Hoje, ainda, a decisão de barrar ou não o bandido candidato está nas mãos dos tribunais. Ora, no momento em que evoluirmos todos ao nível da parcela que exigiu a Lei da Ficha Limpa, poderemos nós próprios impor nossa decisão nas urnas. É paradoxal  que conquistemos a lei contra os fichas sujas e, por outro lado, muita gente ainda se disponha votar nos "sujeiras" que não forem eventualmente barrados pela Justiça Eleitoral.

É óbvio que pela trajetória histórica e pela cultura política, neste momento histórico o voto dos juízes é contribuição indispensável. E a esses não é permitido brincar com coisa séria. ao passo que a população tem o direito de fazer a escolha certa, os juízes tem a obrigação, porque estudaram para isso, ocupam cargos de altíssima responsabilidade e são muito bem pagos para isso.  Precisamos, porém, ao mesmo tempo e com maior velocidade, avançar para uma condição em que nossa proteção contra os fichas sujas não dependa prioritariamente do voto dos juízes, mas do nosso próprio voto e participação.

Ayres Brito - "A probidade não pode esperar!"
Em relação à votação do Supremo, ficam algumas dúvidas sobre o desfecho do caso, que se agravou com a nova e irônica renúncia do ficha suja Roriz. Vamos acompanhar e ver para onde vai. Espero, não seja uma grande armadilha para que - não existindo o recurso específico - o Supremo se levante em benefício de todos os demais fichas sujas e contra o conjunto da Lei Complementar nº 135/2010, impondo que a mesma não seja aplicada imediatamente. Ou seja, conto que essa "suprema divisão" seja um marco para separar o retrocesso do avanço, em favor do avanço e não do retrocesso.

sábado, 18 de setembro de 2010

ENTREVISTA SOBRE EDUCAÇÃO DO CAMPO


No intervalo, diálogo e aprendizado com membros da Feira Agroecológica

 Entrevista que tive oportunidade de conceder ao Blog HotNews, na cidade de Caraúbas/RN, sertão do Apodí, em dezembro de 2009, por ocasião do importante Forum regional de Educação do Campo. (Depois de 4 dias de muito sol e calor, a voz já estava só na reserva técnica. rs)

1ª parte:
http://www.caraubashotnews.com.br/2009/12/exclusivo-coordenador-nacional-de.html

2ª parte:
http://www.caraubashotnews.com.br/2009/12/confira-segunda-parte-da-entrevista-com.html

TSE 2010, UMA CAMPANHA COM CONCEITO


Clique e veja o vídeo..

Merece reconhecimento o conceito da campanha educativa adotado pela Justiça Eleitoral, coordenada pelo TSE, nessas eleições. Os videos da campanha - como este que anexo ao texto - podem ser acessados diretamente no site do TSE, a quem pertencem todos os direitos (http://eleicoes2010.jus.br/). O texto abaixo é do próprio TSE, também disponível no site, e fala por si:

"A campanha do TSE para as Eleições 2010 foi criada com o intuito de comunicar aos eleitores o significado e as implicações do ato de votar. O conceito da campanha apresenta o eleitor como um instrumento de transformação, mostrando que ele tem o poder de decisão em suas mãos. Ou seja, da escolha feita nas urnas depende o seu futuro e o de todo o País.

Com a campanha, o TSE busca motivar o eleitor a participar do processo eleitoral, destacando que ele é soberano na hora do voto. “Se você se sentir pressionado a votar em determinado candidato, não se intimide e faça valer sua opinião na urna. Porque o voto é secreto e com a urna eletrônica ninguém tem como descobrir em quem você votou”, alerta o Tribunal em um dos vídeos.

A campanha terá, ainda, uma quarta fase, prevista para o período de 11 a 29 de outubro. Nela, serão tratados todos os temas pertinentes ao segundo turno, marcado para o dia 31 de outubro."


Entre os recursos disponíveis, há um que permite a você gerar e imprimir uma "colinha" com o número dos seus candidatos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

LUZES, MÚSICA E E A MAIS PURA BELEZA FEMININA

Vale a pena conferir e apreciar... momentos de puro prazer e evolução.

DANTE, AUTÊNTICO E INIGUALÁVEL

Tenho "falado" bastante, por aqui... nesta postagem, me coloco a seu lado para apreciar com ouvido exigente a beleza e magnitude da expressão deste que, mais que um poeta, é um ícone da autêntica identidade e arte latinoamericana. Conosco, DANTE RAMÓN LEDESMA que, várias vezes nos deu a privilégio de tê-lo em nossa querida Caçador.






domingo, 12 de setembro de 2010

RELACIONAMENTOS DURADOUROS E EDIFICANTES

Tenho conversado e ouvido pessoas, seguidamente, sobre uma questão que desafia e inquieta a maioria das pessoas.
Cada um(a) age ou reage de uma forma, mas a pergunta é, quase sempre, a mesma: "Qual o segredo de um relacionamento, para que seja duradouro e edificante?". Alguns relacionamentos duram a vida inteira, apesar da estatística mostrar que a média de duração de casamentos está em torno de 10 anos apenas e que metade da população brasileira está solteira. Outros, às vezes, terminam inesperadamente, para a surpresa de todos os amigos que tinham absoluta certeza que "se amavam tanto".
Não creio que exista receita única, mas, de conversa em conversa, tendo a pensar em três fatores fundamentais, aos quais chamo condições indispensáveis para a construção de um relacionamento duradouro. 
Convergência de princípios e valores. Os princípios são componentes fundamentais da estrutura da identidade de uma pessoa. Comportamentos pode-se mudar, ajustar, adequar, reeducar. Princípios, para serem alterados, supõem mudança de identidade; é um processo bem mais profundo e doloroso. Não é como abandonar o vício de fumar; é renunciar a algo em que se acredita e vive como verdadeiro. Difícil duas pessoas conviverem longamente com princípios opostos, como, por exemplo, um defender a honestidade e outro praticar a corrupção; um defender os animais e outro praticar a caça como recreação. Princípio não se negocia e se não houver afinidade, faltará uma condição indispensável. Mais dia, menos dia, e a casa começará a cair. A convergência de princípios, a meu ver, é o pilar responsável por um dos fatores determinantes para a duração de um relacionamento: a confiança.
Encantamento ou "friozinho na barriga". Não compartilho da ideia de que exista para cada pessoa exclusivamente outra pessoa no mundo capaz de ser sua "alma gêmea". Acredito na existência de pessoas reciprocamente complementares entre si. Pessoas com uma empatia ímpar, uma energia sincronizada muito singular e um querer sintonizado. Pessoas que sentem amor e desejo mútuos. Não o amor ou o desejo egoísta, mas o amor que provoca a vontade de estar juntos, de trocar ideias, de cuidar e se cuidar, de andar de mãos dadas, de comer pipoca num dia de chuva, ver um bom filme,  caminhar, viajar, ajudar-se nas dificuldades, ser companheiro e solidário... o sentimento que gera a vontade de estar próximos e de compartilhar todas as coisas. Este pilar é responsável pela segurança na relação; pela sensação de ter um porto seguro em qualquer situação.
Existência de condições objetivas de convivência. Convenhamos, a vida é curta e nossa passagem por aqui é bastante rápida. Compartilhar a vida com outra pessoa exige condições objetivas de convivência, tais como, morar junto, ter um tempo especial - de preferência, diário, - para cultivar o relacionamento e se dedicar um ao outro. Fica difícil aceitar que um relacionamento virtual, à distância, tenha a mesma qualidade que um relacionamento de contato diário. Outra condição importante de ser observada são as condições econômicas e materiais, que não podem ser muito distintas. Embora no calor da paixão isso seja deixado de lado, mais cedo ou mais tarde pode pesar e permitir uma apelação de superioridade ou sentimento de inferioridade por uma das partes. Embora haja exceções, bom mesmo é construir juntos, em igualdade de condições.

Relacionamento, como o próprio nome propõe, não é algo estático e dado. É algo que se renova e se reinventa, diariamente. Não tenho a ilusão de que para ser duradouro um relacionamento deve ser um marasmo de harmonia e poesia permanente. Mas, entendo que as condições acima são necessárias para que, num momento de crise ou dificuldade, tenha-se uma base sólida sobre a qual tratar as diferenças e restruturar os alicerces da próxima fase da relação, considerada a singularidade de cada relação.

Por isso, os três pilares acima se complementam e são dependentes entre si. Faltando um deles, aumentam as chances de diminuir o prazo de validade do relacionamento. Ninguém vive só de amor. Ninguém vive o tempo todo suportando o seu oposto. Ninguém vive de ilusão ou dependente das melhores condições do parceiro, sem que haja as condições objetivas de materializar os seus sonhos. Em minha opinião, reunir esses três requisitos é uma tarefa possível e desejável. O resultado, certamente compensará a busca e a paciência.

Outra verdade sempre presente no depoimento das pessoas realizadas em seus relacionamento é que, se cada momento da relação for vivido de maneira autêntica, intensa e verdadeira, independente do tempo que dure, terá sido edificante e se eternizará como algo que valeu a pena.  
Eduardo e Mônica, cantados em verso, que nos digam...

11 DE SETEMBRO x CULTURA DE PAZ (com video)

Se você já havia se indignado com os episódios de 11 de setembro, com as imagens apresentadas no video abaixo vai se indignar ainda mais... São revelações de 11 de setembro ainda mais chocantes, com autores mundialmente conhecidos e ainda indevidamente condenados pelo terrorismo e pelas atrocidades cometidas. Com o texto, logo abaixo, espero contribuir para que se fortaleça em cada leitor ou leitora, a convicção de que precisamos avançar construindo a cultura da paz e da solidariedade entre as pessoas e entre os povos. Solidariedade não pode existir entre escravos e senhores. Como disse o Mestre, para que a paz exista é preciso que o lobo mude seus hábitos e não o cordeiro: "lobo e cordeiro pastarão na mesma relva".  




Quem provocou o episódio de 11 de setembro? Cadê Bush? Cadê Bin Laden? 
Foto - autor ignorado.
O ataque às torres gêmeas existiu, e Bin Laden existiu e todos sabemos. As torres foram derrubadas. Bin Laden foi criado, treinado e financiado pelos Estados Unidos bem antes de 2001 para atuar contra o Irã. Todos sabemos isso. Porém, quando o feitiço virou contra o feiticeiro, ele virou uma ameaça - ou um pretexto e, até hoje,  ninguém sabe ainda com certeza, se o ataques de 11/set/2001 não teriam sido planejados e executados pelo próprio Bush, como pretexto para iniciar a execução de sua lei de guerra preventiva contra países que contrariem os interesses econômicos e políticos dos yankees e seu "estado fracassado", como afirma Chomsky.
Se não foi isso, por que Bin Laden ainda não foi preso? E por que os Estados Unidos estão, até hoje, com mais de 150 mil soldados em guerra no Iraque sem saber contra quem estão atirando?
Quem duvida é louco, diz o povo em nossa região. Tão louco quanto o pastor que, para protestar contra um fato violento que até hoje não teve comprovação alguma sobre seus autores, ameaçou realizar outro ato violento, agressivo e ofensivo: a queima do Al Korão. Uma demonstração típica da cultura oficial de violência made in usa, que precisa urgentemente ser reformatada e colocada em outras bases.
Os fatos de 11 de setembro de 2001 poderão nunca serem explicados, mas servem de alerta ao mundo: a humanidade precisa redesenhar sua trajetória, baseada em outros princípios e outros exemplos como o de Nelson Mandella, Martin Luther King e Gandhi - só para citar alguns.  
O governo presunçoso e autoritário de Bush (Estados Unidos), as ditaduras latinoamericanas (Argentina, Braisl, Chile, Uruguay, El Salvador, ...), bem como os governos anti-raciais de Hitler (Alemanha) e Ariel Sharom (Israel) são provas clássicas de que o capitalismo armamentista é  uma afronta à cultura de paz e solidariedade que o mundo precisa. O caso de Sharom (maior parceiro bélico dos Estados Unidos) é mais assustador ainda, por governar os judeus e reproduzir contra os palestinos os mesmos princípios anti-raciais de Hitler.
A contribuição do Brasil tem sido muito mais efetiva e importante nesse sentido, ensinando o diálogo e a convivência com a diferença como um complemento a ser valorizado e não uma ameaça a ser combatida. Parabéns a nós, povo brasileiro. Obrigado, governo Lula, pela lição e pela conquista do respeito e do reconhecimento internacional de nosso país e de nossa gente.

ADMINISTRAÇÃO DE CAÇADOR DISCRIMINA E PREJUDICA A POPULAÇÃO

Instalações fechadas e prejuízo, à espera de liberação.
O funcionamento da Adminsitração Pública tem as suas bases lançadas pela Constituição no art. 37, principalmente. Nele, há diretrizes obrigatórias a serem observadas por todas as esferas e órgãos do poder público. A impessoalidade é um dos 5 maiores princípios constitucionais da administração pública e consiste, basicamente, em não orientar a ação pública para favorecer ou prejudicar certa pessoa, devendo a administração pública agir sempre em benefício da coletividade e tratar todas as pessoas, indistintamente, de acordo com critérios legais e técnicos, independente de qualquer simpatia ou vínculo pessoal de interesses. A outra face do princípio da impessoalidade é que todo ato praticado por agente público é um ato da própria administração, e não da pessoa que o pratica. 
Em Caçador, porém, a atual administração do PSDB e seus aliados, está adotando dois pesos e duas medidas: Aos amigos os favores e aos "estranhos" os rigores da lei.
É assim que tem ocorrido na tentativa de abrir, no bairro Martello, uma sala comercial de 12 m² destinada à venda de sorvete expresso e doces. A prefeitura obrigou a incluir no projeto a construção de um vestuário com pia e vaso sanitário, dentro da salinha (de 3m X 4 m). Fora da sala foi necessário construir dois banheiros adaptados para acesso de "cadeirantes". Até aqui tudo parece normal e devidamente explicado que a lei exige e as exigências legais devem ser cumpridas.
Ocorre, porém, que em Caçador tem vários outros pontos de vendas idênticos em finalidade ao que se quer abrir no Bairro Martello: uns 3 ou 4 no alto da Avenida Barão do Rio Branco, 01 em frente ao mercado  Cereal, outro na cabeceira da ponte da Avenida e praticamente em cima do Rio do Peixe (o que fere inclusive a legislação ambiental) e um em anexo ao mercado Amigão, no próprio Bairro Jung.
Pergunto: Quais deles têm pé direito com 3,5m de altura ou mais? Quais deles têm dois banheiros, adaptados  para cadeirantes? Quais deles têm, dentro do espaço de venda, um vestuário exclusivo, com vaso sanitário e pia?
Provavelmente a resposta seja "nenhum!" Mas, eles têm uma coisa que a sala do Bairro Martello não está conseguindo ter: Alvará de Funcionamento concedido pela Prefeitura. A prefeitura que NEGA liberação e alvará de funcionamento a uma sala construída com alto padrão sanitário e de acabamento, pé direito com 4 m de altura, banheiro masculino e feminino adaptados para cadeirantes e projeto de segurança aprovado pelos Bombeiros é a mesma que libera e concede alvará para esses outros pontos. A pergunta básica é: Por quê? A resposta parece óbvia, com três possibilidades. 1. A prefeitura não tem critérios claros e concede ou não alvará arbitrariamente de acordo com o humor da pessoa (ir)responsável pelo setor; 2. A prefeitura tem critérios, mas adota postura discriminatória, de acordo com as conveniências dos mandatários; 3. A Prefeitura tem critérios, mas está ferindo o princípio da impessoalidade, concedendo favores aos "amigos do rei" e impondo os rigores da lei aos demais. 
 Em qualquer dos três casos, é lamentável e vergonhoso. Sou absolutamente favorável que existam critérios e que a lei seja aplicada. O que não pode ocorrer é que a aplicação da lei seja feita de modo desigual para situações análogas, como visivelmente está sendo feito em Caçador. 

domingo, 5 de setembro de 2010

Minha história no Blog da Dilma




     Logo no início da campanha Dilma Presidente visitei o blog e encontrei uma seção para, quem desejasse,  contar um pouco de sua vida. Enviei um pequeno texto, que acabou publicado e está ainda disponível para consultas. Se tiver curiosidade e desejar visitar, o link para acesso é:
http://www.dilma13.com.br/suas-historias/entry/eduardo-gois-santa-catarina/

Boa leitura.

A VIDA PULSA NA ARIDEZ DO SERTÃO


     À sombra, no final da tarde, o termômetro na rodoviária indica "42°" em Teresina, capital do estado do Piauí. Às 16:30 o ônibus parte em direção a Picos, numa viagem de mais ou menos quatro horas e meia, sertão adentro. 

     Para quem está acostumado à água abundante e a vegetação continuamente verde do sul do Brasil, a aridez do sertão inquieta e instiga. Da terra seca, a poeira é levantada, no meio da vegetação onde poucas plantas apresentam algum tipo de folhagem. A quase totalidade apresenta-se ao viajante, completamente seca. Verde mesmo apenas as palmeiras de babaçu e os cajuzeiros, cultivados pelos sertanejos. Além destes, o ipê é quem dá seu show e desafia todo o cenário de natureza morta, reluzindo como tocha de ouro suas flores de um amarelo vivo e intenso como não via ainda em nenhum outro exemplar da espécie em outra região do país.
Câmara Municipal, à beira do caminho.
     Nas cidadezinhas de casas quase sempre emendadas umas às outras, as famílias sentam-se em suas cadeiras para ver o dia despedir-se e os carros passarem. Em cada vila, uma igrejinha, em estilo antigo, representando a fonte de energia, de esperança e de força das pessoas que vivem arduamente neste chão, no qual só em final de dezembro deverá cair alguma gota de chuva.
     Diferente do que possa pensar um sulista, no ônibus, as conversas dos sertanejos não reclamam da falta de chuva no chão, mas do excesso de corrupção nos órgãos públicos.
Na fé, um refúgio.
"Pois é de dá indignação o senhor saber que nessa cidadezinha aí mesmo é o prefeito que indica tudo que é funcionário, paga uma quantia pequena e faz assinar que recebeu mais. Até professora recebe mesmo duzentos e assina que recebe quinhentos.", me falou realmente revoltada uma senhora mãe de 2 filhos que iam à escola do campo onde, certamente, a maioria dos investimentos que saem do Ministério da Educação nunca chegam, apesar do crescente aperfeiçoamento dos mecanismos e equipamentos de controle. 
Casa de sertanejo, à beira do caminho.
     Quando perguntei porque as pessoas se sujeitavam a essa condição e por que não denunciavam, a resposta foi certeira: "Pois e o senhor acha que o pobre aqui nesse sertão tem a quem recorrer? Em todo o tempo que existe o mundo, o único político que olhou prá esse sertão e não roubou foi Lula e fez a vida melhorar foi muito. mas assim mesmo ainda tem é prefeito que rouba é muito, o senhor sabe?. Mas o pobre tá se levantando. O pobre nunca desiste e agora, aqui no sertão, o pobre tá se levantando e começando falar. E o jeito de Lula tratar o pobre, tá ajudando o pobre do sertão a falar."
      A senhora desembarcou em Ipiranga e eu segui até Picos. Já era noite. Na viagem de volta, dois dias depois, pela manhã, eu seguia ouvindo as conversas do povo no ônibus e olhando a aridez do sertão com outros olhos. Sobre a terra árida e as ramagens secas, a vida pulsa, o povo faz história e a vida está em movimento, buscando transformação e explodindo de indignação. A causa do sofrimento não é a seca, mas a estrutura desigual e corrupta de mandatários que não têm escrúpulos em extorquir o pobre e assaltar os cofres públicos. Pois que eles aguardem, que a força do povo triunfará no sertão e os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã.