sábado, 29 de janeiro de 2011

Aos construtores e às construtoras do ProJovem Campo Saberes da Terra


Há pouco mais de dois anos, não nos conhecíamos, não éramos mutuamente capazes de visualizar nossas expressões faciais, distinguir o tom de voz, identificar a intensidade das convicções, a expressão de preocupação nas horas difíceis ou o sorriso por um bom resultado conquistado. Ainda assim já éramos capazes de saber da existência um do outro. Sim, porque sabíamos que em nossa luta não estávamos sozinhos e que a luta e a Educação do Campo são causas justas.
Hoje, tudo isso, para nós, é uma realidade. Sabemos da nossa existência, nos conhecemos e nos reconhecemos mutuamente como sujeitos protagonistas da mesma história, militantes da mesma causa, aproximados por uma ação com potencial altamente revolucionário em Educação do Campo, chamada ProJovem Campo Saberes da Terra.
Concluída essa minha etapa de atuação na Coordenação Nacional do ProJovem Campo Saberes da Terra, registro minha gratidão por termos compartilhado essa missão ao cabo da qual, apesar de todas as dificuldades e adversidades, afirmo com toda segurança que deixo essa condição com a sensação do dever cumprido.
Consigo ver com muita clareza alguns avanços históricos, os quais tivemos o privilégio de protagonizar – o Programa implantado em 23 estados e sendo assumido por vários entes federados como uma política pública de Estado, uma base normativa nacional relativamente clara e consolidada, um sistema informatizaodo de monitoramento em fase final de implementação, um grupo de 26 instituições públicas de ensino superior constituindo e consolidando núcleos de pesquisa e formação em Educação do Campo, próximo a 5 mil profissionais em formação devendo chegar aos 13 mil até o final de 2011, 50 mil jovens cadastrados devendo chegar a 100 mil até o final de 2011, só para citar alguns exemplos.
Nossos avanços confirmam a expressão já consagrada entre nós: "ninguém ouse dizer que sempre foi assim e assim sempre será", muito valorizada por Lula em sua posse quando afirmou, num momento histórico: "Ninguém, jamais, ouse duvidar da capacidade do povo brasileiro!".
A única coisa certa, meus caros e minhas caras, é que tudo é passível de ser transformado e vocês, cada um(a) a seu modo, me ensinaram muito durante esta caminhada, nos momentos de consenso, de dúvidas, de decisões, de formulações e reformulações, e de debates mais acalorados. 
A política pública pertence ao Estado e a responsabilidade pela sua gestão é dos ocupantes de cargos e funções específicas. Desejo aos que permanecem e aos novos que chegam o mesmo entusiasmo e engajamento que tivemos até aqui e confio, sinceramente, que farão ainda melhor do que até agora fizemos, inclusive, porque as condições já são muito mais favoráveis. Quanto a nós que deixamos as funções governamentais, tenho certeza que seguiremos ainda mais fortalecidos que antes delas, e mais irmanados na causa porque essa não pertence ao cargo ou a função; essa pertence a quem é capaz de sonhar, de antever a realidade transformada, de acreditar na mudança e na capacidade popular de se organizar e de se engajar para que as transformações sejam efetivadas.
Se precisasse resumir numa frase o significado de nossas conquistas nesse período eu, com toda certeza, tomaria emprestadas as palavras do companheiro Bertold Brecht: Quem ainda está vivo não diganunca!
Muitíssimo obrigado a todos, a todas e a cada um(a) pela oportunidade ímpar de ter compartilhado essa missão na qual aprendi muito, certo de que ainda nos encontraremos, num ou noutro espaço, mas sempre na mesma causa.
Brasília/DF, 28 de janeiro de 2011.
Eduardo Gois de Oliveira

"SÍTIOS QUE EU RECOMENDO" - FACILITANDO SUA VIDA

A pedido de alguns leitores e amigos, estou disponibilizando no blog alguns links de acesso rápido a temáticas de interesse público.
São links para clicar e acessar de modo rápido e fácil algumas páginas que podem lhe ser muito úteis, como, por exemplo, o portal do empreendedor, através do qual, em poucos minutos o trabalhador autônomo pode conhecer, registrar-se e obter seu CNPJ como Microempreendedor Individual - MEI.
Outros links já disponíveis são o Portal da Transparência, para pesquisar e acompanhar a aplicação dos recursos federais (inclusive os destinados a seu município), o Programa Minha Casa Minha Vida e o Feirão da Casa Própria (direcionados a quem está pretentendo adquirir de modo facilitado a sua moradia) e o Portal da Agência Brasileira de Vigilância Sanitária - ANVISA onde é possível encontrar informações muito valiosas sobre o controle da qualidade de alimentos comercializados no país, especialmente quanto ao controle de resíduos agrotóxicos.
Os links estão localizados na coluna ao lado, abaixo da "Foto do mês", sob o título SÍTIOS QUE EU RECOMENDO.
Espero que algum deles lhe seja útil. Bom proveito.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

OBRIGADO!

Estamos na rede desde 08 de agosto de 2010. Em pouco mais de 6 meses ultrapassamos os 3000 acessos. Minha gratidão é para você que visita e divulga este espaço, sendo assim a maior razão de sua existência. Muito obrigado e continuemos crescendo juntos, sempre.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A MESTRES E MESTRAS, COM CARINHO...

Vamos conquistar a efetivação das propostas de valorização d@s educador@s, para uma educação pública e de qualidade, para tod@s e para cada um. EXCELENTE A INICIATIVA DO MEC (VIDEO ANEXO) E BRILHANTE O PROJETO APRESENTADO NO SENADO, vinculando o aumento de salário dos professores ao concedido aos senadores. Confira e participe do abaixo-assinado por reajuste do piso salarial nacional para professores.

Professores podem ter o mesmo reajuste salarial dos senadores
Os senadores Cristovam Buarque e Pedro Simon apresentaram em 16/12/2010 projeto de lei estendendo o mesmo reajuste salarial concedido aos senadores para o Piso Salarial Profissional Nacional para os professores da educação básica das escolas públicas brasileiras.
Com o reajuste de 61,78% do aumento dos senadores, o piso salarial dos professores passará de 1.024,00 para R$ 1.656,62, valor inferior ao valor pago aos parlamentares a cada mês: R$ 26.723,13.
Para o senador Cristovam Buarque, a desigualdade salarial é substancial, talvez a maior em todo o mundo, com conseqüências desastrosas para o futuro do Brasil.
Na opinião do senador, a aprovação do reajuste de 61,78% para os professores da educação básica permitirá, ao Senado, uma demonstração mínima de interesse com a educação das nossas crianças e a própria credibilidade da Casa.
Pelo exposto solicito que apoie o Abaixo-assinado que está disponível em: www.peticaopublica.com.br/?pi=P2010N4645, e não deixe de divulgar. Todas as pessoas podem assinar; não precisa ser professor. 
Ajude a educação de nosso país.
Confira os vídeos do MEC, sobre a valorização dos professores:
http://www.youtube.com/watch?v=qT9LDUSUXY8
http://www.youtube.com/watch?v=7lBWfCl9fIg&feature=related

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CEM MILHÕES DE ACESSOS? UM POUCO MAIS...

Jason Mraz: Com algumas canções simples e envolventes,  ele ganhou o mundo...



http://www.youtube.com/watch?v=EkHTsc9PU2A&feature=list_related&playnext=1&list=MLGxdCwVVULXeQsHlZ5T0LeXhhWDBeh892

MEU PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

Hoje foi um dia muito especial e feliz, para mim. Comemorei aniversário e recebi as mais diversas felicitações e belíssimas declarações de carinho e bem querer. 
No entanto, anoiteço com o coração dividido. Pergunte-me se eu gostaria de receber um presente. Responderei SIM! e, sem pestanejar, complementarei:
Gostaria que me desse de presente a sua solidariedade verdadeira aos atingidos pela tragédia dos desmoronamentos e cheias do estado do Rio de Janeiro. Se você é catarinense, mais um motivo para retribuir as tantas ajudas recebidas em situações semelhantes, porém, nenhuma em tamanha proporção.
São quase 7 centenas de mortes já contabilizadas... e milhares de desabrigados. 
Ajude. Mobilize mais pessoas. Faça sua parte. Envie suas doações. Junto com a ajuda material, reflita sobre o que estes acontecimentos têm a nos ensinar quanto ao que temos errado em nossa existência. 
A verdade é só uma: Nós somos parte da teia da vida e tudo o que acontecer à teia, nos afetará, inevitavelmente. 
Por último, na hora de fazer sua doação, procure instituições idôneas (Correios, Polícia Rodoviária Federal, etc) para evitar que sua doação seja usada/desviada de modo desprezível por pessoas e instituições que, infelizmente e em nome da solidariedade, fazem da desgraça alheia uma oportunidade para tirar proveito particular.
Sou grato pelo seu presente. Tome uma atitude, porque a vida é agora e tem pressa.
Obrigado. Se desejar, utilize esse espaço para registrar depoimentos e contar suas experiências solidárias.

PORTUGUESES: DAS ORIGENS AOS DESTINOS.

Logotipo da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa.
Durante longo período perdemos tempo analisando e tentando caracterizar se víamos os ibéricos como  colonizadores, povoadores, ocupantes, invasores ou saqueadores de nosso país. 
É verdade que uma casta elitizada fez grandes estragos e usurpou muito de nosso patrimônio, porém, com o tempo, vamos percebendo que nem tudo é realeza perdatória e que, para além dos usurpadores, existe um povo, tão sonhador, bravo, corajoso e persistente quanto nós, brasileiros. 
Postos de lado os nobres, lá e cá, estamos, aos poucos, nos descobrindo e entendendo que fora dos jardins palacianos, podemos nos irmanar numa só Pátria e numa só causa, não como concorrentes, mas como cooperantes unidos pela solidariedade universal, por um mundo sem discriminação, preconceito ou injustiça. A solidariedade não pode existir entre escravos e senhores, mas entre companheiros. 
Que a diversidade seja a nossa força. Que a diferença seja o conteúdo a preencher os vazios de cada singularidade. Contra o império da mesmice e do discurso único do mercado, as infinitas vozes portugesas, irmanadas num só canto, pela vida, pela liberdade, pela dignidade e pelo sentido de viver, conviver e ser feliz. 
Obrigado, irmãos e irmãs de Portugal e de todos os cantos do mundo que falando a mesma língua, permitem a nós brasileiros a feliz sensação de pertencimento a uma comunidade grandiosa que nos faz sentir e entender, na expressão de Paulo Freire, o que é ser um cidadão do mundo.
Mais do que estarmos unidos às mesmas origens, estamos irmanados no mesmo destino. 
Avante, Camaradas dessa imensa Nação e Comunidade! E obrigado a você que fala a mesma língua e segue esse modesto blog.

domingo, 16 de janeiro de 2011

NOVO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - PNE 2011-2020 (1ª parte)


A Educação é um tema que interessa e desafia a todos os brasileiros, e ocupará, nos próximos anos, posição estratégica no processo de desenvolvimento nacional e na atuação do Governo Dilma.
O texto do projeto de lei do Plano Nacional de Educação 2011-2020 foi apresentado pelo Ministério da Educação em dezembro de 2010 e passará, agora, por análise e votação no Congresso. Vale a pena participar do processo e acompanhar os desdobramentos. Os estados e municípios deverão, em seguida, elaborar ou atualizar seus respectivos planos.
A partir de hoje, neste espaço, apresentaremos as 20 metas para a Educação expostas no Plano, comentando-as brevemente:
Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de Educação Infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.
Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos.
Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.
Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade.
Comentário 
Durante a vigência do PNE 2001-2010 grandes mudanças e avanços ocorreram na oferta de ensino, por iniciativa e proposição do MEC. A obrigatoriedade da educação que, antes do Governo Lula era dos 7 anos aos 14 anos, agora, passou a ser dos 4 aos 17 anos. O ensino fundamental que antes iniciava aos 7 anos, agora, inicia-se aos 6 anos e vai até os 14.
A educação infantil (abaixo dos 4 anos) ainda é de oferta obrigatória para o Estado, porém, facultativa para os pais que podem optar em mandar ou não as crianças menores de 4 anos para a escola.
Ter como meta a educação infantil e estender a obrigatoriedade do ensino não resolve, por si, os problemas nacionais da educação. Porém, reduz de maneira significativa a desigualdade nas condições de acesso às populações menos favorecidas econômica e geograficamente.
Um dos maiores desafios para o cumprimento dessas metas é necessidade de atualização e aperfeiçoamento do pacto federativo e do regime de colaboração, visto que educação infantil e ensino fundamental são de competência prioritária dos municípios. O MEC, que tem papel suplementar, tem exercido um brilhante papel de indutor de políticas públicas para esses níveis de ensino, reformulando a legislação e aumentando de modo expressivo o volume de recursos transferidos aos estados e municípios.
É fundamental que a população exerça o devido controle social, se informando, acompanhando, e atuando ativamente nas instâncias de decisão e fiscalização, como os conselhos municipais de educação.
Nos próximos dias prosseguiremos, com novas metas.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ESTREBARIA, SEU VETERINÁRIO?

Visitando meu amigo Valdir Nogueira (Abêia), mais uma vez comprovei o que Paulo Freire já sabia: Não há saber mais ou saber menos; há saberes diferentes.
Me contou ele duma conversa bastante significativa a esse respeito, que teve, de carona com um novo veterinário que chegara para atender os assentados em Lebon Régis:
- Seu Valdir. O senhor tá lá lidando com as vaquinhas Gérsei, também?
- Tô, seu veterinário. Tamo tenteando lá, produzindo um leitinho, um pouco prá vender, outro tantóte prá nós mesmo.
- E o senhor já aprendeu a lidar direitinho com as vacas, a cuidar certinho e dar o trato que elas precisam?
- Sim, sim... Tamo ficando bão em cuidar das vaquinha.
- O senhor já fez um estábulo, uma estrebaria, prá elas, prá se abrigarem da chuva e prá dormirem seguras?
- Não fiz ainda, seu veterinário.
- Mas o senhor tem que fazer. Nem que seja uma estrebaria meio pequena, mas bem feitinha, faz um bem que o senhor nem imagina. Eu costumo dizer, seu Valdir, que uma estrebaria é metade do trato da vaca.
- É mesmo? Então vou fazer logo duas, né, seu veterinário.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A IMPRENSA E OS GOVERNANTES OPORTUNISTAS DE SC

Adoro minha cidade, que tem um povo batalhador e inteligente, porém, bem que merecia uma imprensa e uns governos melhorzinhos.  Já registrei aqui a necessidade imperiosa de, pelo menos, modernização da maioria do empresariado. Hoje registro algumas "pérolas" da imprensa local, também como desafio para que se aperfeiçoe e se prepare melhor para prestar adequadamente o serviço de comunicação à população.
Na rádio, o comentarista esbravejava em alto e bom tom: "É hora da população cobrar dos deputados de fora que cataram voto na cidade  que tragam dinheiro para resolver o problema dos boeiros". Primeiramente, a área de atuação e as atribuições de um deputado estadual é toda a área territorial do estado de SC, sob jurisprudência do Governo Estadual. Ou seja, não existe "deputado de fora" que vem catar voto em município pertencente ao Estado. O segundo aspecto é que deputado pertence ao poder Legislativo, e não ao Executivo.
Num jornal impresso duas outras pérolas de igual equívoco. Numa página, o enunciado da matéria indica que o governador Colombo (DEM/PMDB/PSDB) vai aumentar os investimentos do governo estadual incluindo entre as suas prioridades a "duplicação da BR-470". Caro governador e caro jornalista, prestem atenção para o fato de que todas as rodovias que iniciam com as letras "BR" são rodovias sob responsabilidade e gestão do Governo Federal. Se tiverem um pouco mais de tempo verifiquem junto ao Ministério dos Transportes e ao DNIT que a duplicação dessa BR está em adiantado processo licitatório, iniciado pelo governo Lula e continuado, agora, pela presidenta Dilma Rousseff.
O governo estadual vai mais longe e barbariza divulgando que o secretário estadual de infraestrutura está negociando e articulando com o DNIT a duplicação da BR-470. Além de vergonhosa essa informação cehga a ser fraudulenta. Avisem, por favor, ao novo secretário que pode se ocupar do que é obrigação dele, pois o Ministério dos Transportes não precisa da opinião de secretário estadual para realizar obras federais. Aliás, a BR-470, na era FHC, estava praticamente intransitável.
Se o governador Colombo e o Cobalchini (DEM/PSDB/PMDB) quiserem se manifestar com coerência sobre obras federais, deveriam colocar um anúncio bem grande nos seguintes termos: APESAR DE SERMOS CONTRÁRIOS AO GOVERNO FEDERAL ELE CONTINUA INVESTINDO E FAZENDO OBRAS EM SC PARA  CORRIGIR OS PROBLEMAS DEIXADOS PELOS NOSSOS ALIADOS.
Senhores governantes, oportunismo e demagogia têm limites, e o povo tem inteligência.

sábado, 8 de janeiro de 2011

SE O MUNDO FECHA UMA PORTA, DESCUBRA UMA NOVA AVENIDA

É óbvio que discordo de quem diz que somos o que nossa mente deseja e que podemos tudo o que mentalizamos. Propor-se, fazer promessas e querer, é fundamental, mas precisa vir acompanhado de atitudes e atos coerentes, asseguradas as condições  básicas necessárias. Garantido o básico, o restante é escolha, planejamento e persistência e - aí sim - o desejo convicto de que o sonho vai ser realidade. Se preferir, pode substituir "desejo convicto" por uma palavrinha monossilábica chamada FÉ. Por favor não confunda fé com religião e, muito menos, com igreja. Se quiser, associe Fé a mística e a espiritualidade.

Tenho experimentado com satisfação o poder da Fé, especialmente nos momentos em que tudo parece mais difícil, que tudo está errado e que nada vale a pena. Você também já deve ter experimentado essa sensação algumas vezes.

Graças a Deus, a meus familiares e às boas companhias pessoais e profissionais ao longo de minha existência tenho aprendido muito. Em momentos de "impossibilidade" tive ajudas surpreendentes. Nos momentos difíceis e de incertezas, aprendi a me concentrar e ouvir em minha intuição o que a vida está querendo mostrar. Tenho sido feliz em entender que quando o mundo fecha uma porta é hora de descobrir uma nova avenida e de buscar novos horizontes.

Por vezes quando uma porta se fechou, me deprimi, me aborreci, esbravejei, esmurrei a própria porta. Agora quando uma porta se fecha, aprendi a olhar para ela com pena e com gratidão. Estou aprendendo o desapêgo e entendendo que a vida é feita de escolhas e que, em muitos momentos, a escolha não é sinônimo de fazer o que queremos mas, sim, o que precisa ser feito e, logo adiante, entenderemos que o que foi feito nos levou para além inclusive do que desejávamos anteriormente.

Se cumprimos nossa parte e fazemos bem feito tudo o que fazemos, quando uma porta se fecha, é hora de aceitar que a vida está propondo um novo salto, de superação e crescimento. É hora de sair da zona de conforto e abraçar com entusiasmo o desafio de lançar-se rumo ao novo horizonte.

Com a base sólida que recebi em casa, com uma espiritualidade que busco sempre cultivar e com dedicação naquilo que faço, sou sempre grato pelos novos desafios e grato, inclusive, às portas que se fecham. Cada vez que isso ocorre, olho para meu interior e olho para frente, onde vejo sempre abertos novos horizontes que antes eu ainda não havia vislumbrado.
Se pudesse lhe dirigir algumas dicas diria, seguramente:
Tenha Fé.
Acredite em você mesmo e pratique a solidariedade.
Afaste-se da hipocrisia, da mediocridade, da desonestidade, da injustiça e da mentira.
Lute com persistência, denuncie e manifeste sua indignação contra toda e qualquer situação que fere a dignidade humana.
Invista em seus sonhos.
Tenha causas válidas e companheiros verdadeiros.
Faça bem feito tudo o que fizer.
Encare sempre a vida como aliada.
Tenha gratidão pelo que você conquista e pelos apoios que angariou no caminho.
Ouse desafiar-se, mas não se entregue a ilusões "milagrosas" ou fantasias mágicas.
Viva, vença e ajude outras pessoas a serem vencedoras, também.
Essa é a vocação de toda e pessoa e de cada uma. É para isso que fomos criados e colocados, gratuitamente, sobre a terra.
Obrigado.
Felicidades e boas vitórias, sempre!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO GOVERNAMENTAL É COISA SÉRIA

Lendo a avaliação 2010 do poder executivo de Caçador nos deparamos com um fato evidente: o discurso da administração pública parece cópia do discurso da serraria, da velha fazenda e das oligarquias que sempre fizeram na vida pública o que faziam na privada, tratando como particular o patrimônio e o orçamento público. Faltam os aspectos técnicos inerentes à gestão pública, transparência e objetividade na avaliação. Falta o que se poderia chamar "profissionalismo de gestão". Fala-se de maneira genérica em dificuldades enfrentadas e em pouco dinheiro, e que mesmo assim muito se tem feito e que, no futuro, muito mais há que se fazer. Puro amadorismo, ainda mais em se tratando do "homem forte da administração" como apresenta o site oficial da Prefeitura (http://www.cacador.sc.gov.br/portalhome/index.php/noticias/gabinete/489-gabinete-avaliacao-2010). Parece replay da conversa fiada dos fazendeiros a seus peões mal remunerados e sem nenhuma forma se registro e seguridade social: 
"Pois é compadre, o senhor é o melhor homem do mundo. Sem o senhor, o que seria de mim, com essa lida? Eu só não pago mais de meio salário porque a coisa tá difícil mesmo e o senhor tem aí duas cabeças de gado no meu pasto, que tão dando muita despesa. Eu tô meio apertado agora mas, se o senhor cuidar direitinho da outra fazenda que eu comprei e Deus ajudar as coisas vão se ajeitando e ano que vem vai ser melhor." 
Daí a expressão corriqueira na região: "Esperança de pobre é sempre o ano que vem!". É pobre um governo que, na sua avaliação, demonstra não ter um projeto claro para o município. Administrar sem planejamento  consistente é como andar sem rumo e quem não sabe prá onde vai, não chega a lugar nenhum, chega onde não quer ou apenas causa prejuízos a quem está pagando as despesas da viagem - no caso, a população.

É preciso que se diga, senhores chefes e gestores, se houve redução no orçamento público municipal, quais foram as razões e, sobretudo, o que a municipalidade tem feito para sanar os problemas de arrecadação, investir em prioridades corretas e impulsionar um desenvolvimento com sustentabilidade. Se "obras importantes foram realizadas" é preciso mostrar quais foram, quanto custaram, quais são as fontes dos recursos e qual a sua importância estratégia para o bem comum da população caçadorense. É sabido e notório que o município nunca recebeu tanto dinheiro do Governo Federal como nos últimos 8 anos, dos vários ministérios e programas, não importando que o governo municipal e estadual se colocaram explicitamente como adversários do governo Federal.

Mas, é preciso que se pergunte: Os resultados apareceram na mesma proporção? A aplicação tem sido feito adequadamente? A finalidade dos recursos tem sido cumprida? A população tem conhecimento e acesso a essas informações, para que possa acompanhar, avaliar e fiscalizar o que vem sendo feito? Isso é avaliar gestão pública, no início do século 21 (XXI). Sem transparência, informação e controle social, qualquer tentativa de avaliação não passará de generalidades. Uma mãe de família que ganha uma salário mínimo por mês, sustenta 3 filhos e consegue, em um ano, comprar uma geladeira, talvez, seja melhor gestora do que um governante que inaugura uma grande obra sem mostrar quanto custou. É visível que comprar economizar para uma geladeira, ganhando salário mínimo é um grande feito. Fazer uma grande obra, pode ser, se ela atende de fato às necessidades prioritárias, se tem a qualidade desejada, se o custo é adequado e se não serviu como meio para improbidades ou desvios de recursos. 

Os grandes e velhos corruptos, como os MALUF da vida, enriqueceram, exatamente, fazendo grandes obras e fraudando contratos bilionários, sempre amparando-se nas brechas da lei. Novos corruptos procuram se cercar de bons amigos no judiciário, boas assessorias jurídicas e se instalar em chefias de gabinete e em secretarias pelas quais passa grande volume de recursos. Com o PAC, a bola da vez nos estados são as secretarias de Infraestrutura.

O próprio título da matéria ("Quem compara Caçador antes e após esta administração, vê a diferença") precisa ser analisado tecnicamente. Quais são os fatores que levaram às tais supostas diferenças? No caso dos recursos federais, como já se disse, é absurdamente maior o volume de recursos repassados. As "diferenças" nessas áreas são proporcionais a esse aumento? Porque se você recebe 5 vezes mais recursos, as diferenças só serão razoáveis se os resultados forem 6 vezes ou mais superiores ao anterior. Se não tudo permaneceu como estava ou retrocedeu, mesmo que se tenha feito 3 ou 4 vezes mais.

Monitoramento, avaliação e prestação de contas em política pública é coisa séria e exige o respectivo preparo e tratamento. Do contrário vira trololó de um século atrás.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

CAÇADOR, BEM MAIS QUE UM RIO PEQUENINO

O primeiro verso do hino municipal, de autoria do senhor Oswaldo Olsen, proclama que "Caçador é um rio pequenino que deu nome à minha cidade", numa honrosa menção à natureza abundante e ao Rio Caçador - importante componente para o início da concentração de pessoas e formação da vila que, posteriormente receberia o mesmo nome.

Hoje, porém, o rio só não é mais esquecido porque serve de destino para os resíduos de agrotóxicos utilizados nas lavouras e para o esgoto domiciliar e industrial da área urbana. Igual (falta de) sorte tem o rio Castelhano e o Rio do Peixe. É uma pena. Precisamos avançar muito para que a "minha cidade" dos versos de Olsen passe a ser a NOSSA CIDADE e que ninguém aqui se sinta estrangeiro, para poder, então, estar bem à vontade. 

Precisamos passar de "capital da indústria" para capital da qualidade de vida, da solidariedade e da cidadania, onde as pessoas e o ambiente sejam colocados como prioridade em relação à exploração do trabalho. Na origem da cidade estão a extração indiscriminada de madeira e a pecuária extensiva realizadas em sesmarias doadas pelo Governo a fazendeiros e companhias colonizadoras que se apropriaram de imensas áreas de "terras devolutas" ocupadas por índios, caboclos e negros "posseiros" de longa data. Para fazer render esse capital obtido, via de regra, por meio de apadrinhamentos políticos, tais fazendeiros, madeireiros e coronéis lançaram mão da exploração de peões, capatazes e operários, uma lógica que ainda se mantém, de maneira camuflada e travestida de modernidade, caracterizando a postura de muitos empresários que, em pleno século XXI, insistem em tratar seus "colaboradores" como eram tratados os peões e capatazes no final do século XIX e primeira metade do século XX.

Enquanto perdurar essa mentalidade a cidade não será território de todos e apenas alguns poderão se sentir à vontade. Ao contrário, da mesma forma que o rio se tornou poluído, os pinheirais foram extintos e parte dos parreirais foi erradicada, a cidade manterá uma contradição estrutural que a impedirá ser a grande cidade "tão querida, (...) recanto dos amigos do Brasil".

Enfim, Caçador é bem mais que um '"rio pequenino" e uma cidade "minha". Está na hora de fazermos que todos os que "aqui trabalham" sejam respeitados e tratados como sujeitos de direito e não como peões dependentes dos "favores" dos seus compadres fazendeiros e donos de serraria, para que a cidade seja "nossa" e a vida seja mais que trabalhar para manter o status quo de algumas poucas famílias industriais e políticos demagogos. Administrar um município, um estado ou a Nação não é o mesmo que administrar uma empresa privada em favor do lucro de seu proprietário e, menos ainda, uma fazenda ou serraria dos primeiros tempos da Revolução Industrial. Repito que na vida pública não é lugar de se fazer o que se faz na privada. 

É preciso que o bem comum seja colocado acima de quaisquer interesses particulares, para que se assegure aos filhos da terra usufruir dignamente dos frutos do seu trabalho e o devido respeito na aplicação dos recursos públicos que os mesmos geram, coletivamente.