domingo, 26 de setembro de 2010

Não estamos acima ou fora da criação. Somos parte dela.

Em junho deste ano tive a oportunidade de conhecer um lugar maravilhoso, próximo à capital do Tocantins, chamado Taquaruçu. Uma pequena área de conservação permanente, com muito verde e cachoeiras lindas. O que mais marcou, porém, foi dividir espaço na mata com algumas dezenas de macacos, cheios de vitalidade, se movendo rápidos e barulhentos de um lado para outro. Me impressionou com que habilidade punham coquinhos sobre uma pedra e, com outra menor nas mãos, os quebravam para se alimentar. Uma experiência inexplicável.
Pois bem, 90 dias depois, a frase que ainda faz eco em meus ouvidos: "Estivemos de novo em Taquaruçu. O fogo consumiu praticamente toda a área. Dos macaquinhos avistamos apenas um casal de adultos, a mãe com um filhotinho às costas, encolhidos e tristes, andando lentos entre o que sobrou da mata consumida pelas chamas."  
 
Entendi, então, porque as pessoas já não são afetadas quando seus semelhantes ou a natureza é atingida: é porque estamos distantes uns dos outros e nos achamos distantes também da natureza. Se tivéssemos maior responsabilidade e proximidade, estaríamos mais ligadas e seríamos todos mais cuidadosos, porque sentiríamos em nós a dor da vida agredida no outro e na natureza. A verdade é uma só: somos parte da terra e da grande teia da vida. Tudo o que atingir a terra, atingirá também os filhos da terra; tudo o que atingir um ser vivo, atingirá, também os demais.

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