sábado, 7 de abril de 2012

TANAJA, A FORMIGA QUITANDEIRA

Foto: Edu Góis

Era uma vez na terra do Agoravai, um lugar muito, muito interessante, invejado pelos lugares vizinhos e cobiçado pelos povos longínquos. Nesse lugar Tanaja, a formiga escolhida, recebeu como herança uma pequena quitanda, a Quitanda do Distante, que ficava no formigueiro-mor, recebia encomendas por telefone e entregava em domicílio.
A quitanda era ainda nova, mas, tinha uma filosofia maravilhosa, com produtos de reconhecida qualidade e um vasto mercado consumidor à sua espera. Por ser diferenciada, tinha um grande potencial de desenvolvimento e clientes exclusivos.
Foto: Edu Góis
Havia um “porém” na Quitanda do Distante. Seus clientes moravam bastante espalhados, em vinte formigueiros ao redor de Agoravai. Havia três tipos de acesso viário aos distritos formigueiros: os difíceis, os muito difíceis e os quase impossíveis. Eram exatamente esses aspectos que davam o caráter de exclusividade dos clientes e tornavam o negócio da Quitanda do Distante algo tão interessante, diferenciado, necessário e potencialmente prodigioso.
O fundador da Quitanda, ciente disso, projetou uma estratégia para viabilizar o negócio. Estabeleceu um ponto de redistribuição em cada formigueiro de Agoravai e esses estabeleceram coordenadores de demanda e entrega em cada quadra. A ideia era bastante simples e compartilhada: o sistema funcionaria em rede na qual a Quitanda faria chegar os produtos aos distritos e esses entregariam aos consumidores, com apoio e cooperação dos coordenadores de quadra. O serviço de entrega aos distritos era feito por formigas operárias que prestavam serviços temporários, comandadas por uma formiga gerente com dedicação parcial ao negócio e monitoradas por aplicativos informatizados específicos .
Foto: Edu Góis
Quando a quitanda foi herdada por Tanaja havia em torno de 5 milhões de formigas clientes esperando ansiosamente o prometido serviço. A meta da quitanda era chegar inicialmente a 500 mil e estava conseguindo atender apenas 120 mil, 2,4% do mercado possível. Havia 97,6% dos clientes na expectativa de serem atendidos, ou seja, o negócio podia se tornar quase 50 vezes maior. A rede estava sendo estruturada e alguns problemas precisavam ser sanados: os atrasos na liberação dos pedidos pelo principal fornecedor da quitanda, a morosidade de alguns redistribuidores distritais e a instabilidade dos contratos com os entregadores.
Foi esse o maravilhoso presente que, numa bela manhã de sol, Tanaja recebeu. Ela que todas as noites sonhava com um "negócio da China", herdou uma quitanda e, agora, desesperada, mal pode dormir. Corre pelas ruas de Agoravai, à procura de respostas para sua pergunta: “Oh, céus, o que fazer com essa herança bendita?”
- Feche que é melhor! - aconselha a concorrente.
- Vende-a e dá o dinheiro aos pobres. - proclama a crente que profetiza na praça.
- Faça um planejamento, corrija as falhas e foque-se no cliente porque o mercado que você tem é uma oportunidade única. - argumenta a especialista em mercados dispersos.
- Deixe como está prá ver como é que fica. - ironizam os gozadores de plantão.
Foto: Edu Góis
E, assim, o tempo vai passando. Dos cinco mil entregadores, dois ou três mil estão sempre com contratos vencidos. Mil levam a vida no faz-de-conta e os outros se matam tentando dar conta de todas as linhas.  Entregadores com contratos encerrados demoram até meio ano para serem substituídos ou recontratados. Alguns distritos ficam abandonados, sem explicação e sem produto para honrar os compromissos com os clientes finais. Para outras linhas os produtos não chegam no prazo ou os pedidos chegam incompletos, quando não trocados. Os entregadores e gerentes tentam a todo custo serem ouvidos por Tanaja, porém, essa, toda dona de si, absorvida em descobrir o seu "negócio da China" continua percorrendo as ruas e, a cada volta, traz uma receita diferente.
E, lá vem Tanaja. Quem sabe, a solução.
- Formigal, uma grande ideia: alguém sugeriu que entreguemos a quitanda a um concorrente e todos viveremos felizes para sempre. 


E, agora, José?!. Toma que a quitanda é sua!,  e tire da história a moral que quiser. 

http://www.cristianecoppe.com.br/tenda3.htm  

sexta-feira, 6 de abril de 2012

AMOR À MULHER


Perguntam-me:  "Já amou uma mulher de verdade?" 
Respondo-me:  Além da minha mãe, amo todas as boas mulheres e das más procuro sempre ver se há algo que se possa aproveitar.
Simples, assim. (Ainda que, em torno da pergunta a mim dirigida, paire outra indagação: o que seria uma "mulher de verdade"?)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

9,909!!! Por que não 10??

Há alguns meses, no início de 2011, postei uma publicação sobre quanto me custou a distração de aparecer à fase final de uma seleção (entrevista) sem portar documento de identidade. Naquela ocasião, apesar do primeiro lugar na prova escrita e nota máxima na redação da prova discursiva, o preço da distração foi sumária e me custou a eliminação sem dó, nem piedade. 

Agora, a distração aliada à agonia para entregar a redação no prazo exigido, levou a que eu grafasse um errinho elementar; só "umzinho"! O suficiente para 0,91 ponto a menos... Exclusivamente por isso obtive nota 9,909 na prova discursiva do concurso   do TSE. 

Convenhamos, 0,91 ponto é um impacto bem menor que a eliminação de 2011 mas, um errinho perfeitamente evitável se eu tivesse mantido um milésimo a mais de atenção na hora de transcrever a redação do rascunho para a folha definitiva.

Às mestras e aos mestres, minha gratidão

Em minha vida, a gratidão é uma presença constante, ainda que silenciosa e contida, na maioria das vezes. Porém, há momentos em que torna-se impossível conter. O atual é um desses. Nos instantes anteriores à consulta do resultado, fiz meus agradecimentos a Deus, pela prodigiosa e ilimitada ação dele em minha vida. Lembrei de minha minha mãe, dos meus irmãos, das minhas irmãs, sobrinhos, sobrinhas, cunhados e cunhadas... lembrei de todas as pessoas que me incentivaram e incentivam... lembrei de todas as pessoas que conhecem, reconhecem e valorizam o trabalho que faço, seja na área pública ou na área privada...

Ao verificar a nota da prova o sentimento de gratidão aumentou e incluiu de modo muito especial mestres educadoras(es) que passaram pela minha vida. Minha mãe Clarinda (que me alfabetizou em casa, antes da idade de eu ir para a escola), Nilce Brustolin (professora da 1ª série multisseriada), Helíria Piran (2ª série), Ana Maria Piaia (3ª série), Helena (4ª série), os inúmeros educadores e, especialmente, os mestres de língua portuguesa e literatura das séries finais do ensino fundamental (Carlito Francisco Both e Ema Maria Debiasi), e do ensino médio (Renato Luiz Caron). Embora não me tenha ministrado aulas, sou muito grato ao amigo e mestre D. Luiz Carlos, sempre atento e corretor de falhas de linguagem escrita ou oral.

Publicada a lista final de classificação dos candidatos aprovados no concurso, classificação em 70º colocação (de 3.300 e tantos), o que, certamente é pouco para ser chamado a assumir uma vaga. Não obstante, ter chegado até aqui já me permite um justo e merecido sentimento de vitória a qual dedico a todas as pessoas que fizeram e/ou fazem parte de minha vida. Aos mestres os meus sinceros agradecimentos: vocês são parte importante do meu "9,909" e da disciplina que me permite ser auto didata, podendo ter expectativa de sucesso em concursos difíceis, mesmo sem frequentar uma hora sequer de cursinhos preparatórios específicos.
OBRIGADO... MIL GRACIAS... MERCI... THANKS... (Só decorei isso, até agora. rsss)