quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

QUANDO O DETALHE FAZ TODA A DIFERENÇA...


Quem já não ouviu ou falou “Isso são apenas detalhes!”? E, realmente, se prestarmos atenção constataremos que a nossa vida é feita de muitos detalhes: o dia em que nascemos, o tamanho do sorriso, o jeito como encaramos a vida e tratamos as pessoas, os caminhos que escolhemos, as amizades que selecionamos, a maneira como nos portamos, as atitudes que cultivamos ... “pequenos” detalhes que fazem toda a diferença.

Ontem, passei por uma experiência relativamente traumática, por causa de um pequeno detalhe e descuido de minha parte. Desde meados de dezembro participei de um concurso para uma vaga no SESCOOP – Sistema Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Cem candidatos para uma vaga. Missão dificílima, porém, não impossível, para um trabalho que sempre foi uma das minhas grandes paixões pessoais e profissionais: formação para o cooperativismo, organização comunitária e promoção social, visando a emancipação das pessoas, com sustentabilidade sócio-ambiental.
Cem currículos. Trinta selecionados para a prova escrita. Classificação parcial em 1º lugar para o cargo, com pontuação máxima na dissertação. Que venha a entrevista, para apresentar maiores detalhes sobre a experiência profissional. Perfeito. Embora houvesse mais 5 outros para serem entrevistados, pelo meu perfil, minha trajetória e tão longa e abrangente experiência na área, o resultado positivo era praticamente certo e eu estava muito confiante.


Quando o "impossível" acontece


Impossível perder a vaga? Praticamente impossível! Faltava apenas a entrevista mas, faltava ainda a entrevista. Com uma semana de prazo, dediquei quase exclusividade a rever alguns temas, estudar os programas e diretrizes do SESCOOP, atualizar informações específicas sobre o sistema cooperativista e sistematizar minha experiência para apresentá-la com clareza e objetividade durante a entrevista. Agora, sim, perfeito. Só estar no local e horário marcado, dia primeiro de fevereiro. Para prevenir, fiz um extrato de atividades desenvolvidas ao longo de minha vida profissional e reuni algumas publicações as quais elaborei, organizei ou acompanhei como assistente técnico-pedagógico. Sem chances de perder, a não ser por algum detalhe “insignificante”.
Pois, acredite, um detalhe “insignificante” me colocou fora de uma vaga que já era praticamente minha.  
Ao chegar para a entrevista, no horário e no mínimo a meia hora de distância de casa, abri o compartimento de minha bolsa onde costumo carregar a carteira com os documentos e, cadê a tal carteira?!. O edital estava claro: o candidato que comparecer à entrevista sem documento original com foto, será eliminado do concurso. Foi como uma bomba sobre minha cabeça e só consegui manter minimamente a calma, porque eu estava com uma cópia autenticada da CNH com foto, que, com bom senso, a banca examinadora poderia admitir para a entrevista e, em uma hora, eu apresentaria o documento original.
Fui insistente pelo meu grande interesse e identificação com a vaga. Porém, quem conhece minhas convicções, sabe da minha disciplina e do meu rigor quanto aos princípios da administração pública e ao cumprimento das exigências dos atos normativos – como sabe, também, que em situações como essa é possível encontrar solução inteligente, sem ferir a norma ou descumprir a lei. 

É óbvio que assumo a responsabilidade pela desclassificação, ainda que houve falta de bom senso da banca, que duvidando da minha identidade poderia, por exemplo, colher minhas digitais como prova. Afinal, a finalidade da apresentação do documento não era conferir se eu o tinha ou não; era garantir que outra pessoa não se apresentasse em meu lugar. Um caso típico de fundamentalismo da regra, normal para quem tem pouco domínio do direito e de sua aplicação. Como diz a Bíblia, o interesse público foi colocado em função da lei e não a lei em função do interesse público. Mas, não vem ao caso. Deus deve ter algo melhor reservado para mim e, como sempre fiz, em tudo ao longo de minha vida, estarei atento aos detalhes, para não falhar e ficar refém (da falta) de bom senso de bancas examinadoras.
A lição que experimentei e, agora, torno de conhecimento público é dura e direta, e a frase é minha mesmo: Quando a pessoa descuida-se dos detalhes corre o risco de ser derrotada por ela mesma. 
Que o preço do meu aprendizado ajude você a evitar a mesma experiência, embora, isso possa parecer apenas mais um detalhe.

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