quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O SILÊNCIO DA COVARDIA

No último domingo, 10 de outubro, a Band promoveu o 1º debate do 2º turno da eleição para Presidente da República. Diferente do 1º turno, esse debate permitiu ter uma noção melhor sobre o que está em jogo e sobre quais são as diferenças entre as duas candidaturas, porque os candidatos tiveram tempos mais longos para formular suas perguntas, suas respostas e seus comentários – o que é muito bom para quem é gente séria e tem o que dizer.
Para quem não é sério e não tem o que dizer resta fazer como avestruz que, surpreendida, esconde a cabeça na areia e esquece que o corpo todo está em exposição. Foi assim o silêncio covarde do candidato dos demos e tucanos em relação a estratégia rasteira que utilizaram na campanha, até aqui. 
Dilma, com a franqueza e a firmeza dignas de uma candidata a presidente, trouxe à mesa a prática que os seus adversários têm adotado contra sua candidatura e contra sua pessoa visando espalhar ódio e divisão entre o povo brasileiro. Cobrou de Serra uma posição sobre a ação traiçoeira de seu vice Índio da Costa que não faz outra coisa a não ser produzir e difundir calúnias, mentiras e ofensas pessoais via internet e por outros canais que se prestam a esse jogo baixo. Serra silenciou. 
Dilma, confiante de que restaria um mínimo de dignidade, condenou publicamente a prática da mulher do adversário que, se igualando ao vice do marido, tem se prestado a fofocar e espalhar calúnias. Serra calou de novo, agora apelando que Dilma estaria sendo agressiva. Curioso o critério do candidato da direita para quem a verdade dita francamente e às claras soa agressiva, enquanto a calúnia espalhada na calada da noite parece agradar ao seu paladar eleitoreiro e demagógico.
No silêncio covarde e medíocre do candidato ficam estampadas duas respostas. Primeira: o jogo rasteiro feito pelo seu vice e pela sua esposa tem a concordância e a participação do candidato. Segunda: a direita retrógrada brasileira é incapaz de fazer política de alto nível, de debater um projeto sério de Nação e de ter um candidato com dignidade suficiente para assumir os atos de sua campanha e, assim, merecer o respeito e a confiança dos eleitores e cidadãos brasileiros.
A única coisa certa que os demos e tucanos estão fazendo se resume à cena apresentada em sua própria campanha no horário eleitoral gratuito: a de um candidato boneco, tão pequeno e mesquinho que cabe numa embalagem de kinder ovo. No silêncio de Serra parece residir a confissão de um candidato fraco e incapaz que, para enganar e obter o voto dos eleitores, depende da baixaria e desonestidade promovidas pela mulher e pelo vice.
A democracia e a história política brasileira merecem mais que isso. Vá lá que a campanha vitoriosa de Dilma, até aqui, dependa em partes de Lula e do seu ótimo governo, mas depender de um vice caluniador e se esconder atrás da língua irresponsável de uma esposa, é vergonhoso. Espero, pelo recente amadurecimento político de nosso país, que a população brasileira coloque esse candidato pequeno no lugar que lhe é devido, sugerido pela sua própria campanha: numa embalagem de kinder ovo, reprovado pelo controle de qualidade, para não correr o risco de fazer mal a algum inocente que venha adquirir essa surpresa tão desagradável.

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