sábado, 28 de agosto de 2010

Descentralizar o desenvolvimento e investir nos bairros

Bairro "Jung", Caçador - vista panorâmica.
     A lógica do capitalismo é a do progresso centralizado, com concentração da renda e das riquezas, superpovoamento de áreas metropolitanas e problemas de difíceis solução. A título de exemplo cite-se o problema ambiental e o de infra-estrutura em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo Brasília, cuja origem fora planejada. Uma chuva mais intensa alaga bairros inteiros e qualquer final de tarde gera engarrafamentos que chegam aos 200 km de extensão. Há pessoas que, para trabalahr 8 horas, gastam o mesmo tempo em deslocamento. Um caos.

     O exemplo acima é de fácil identificação, porque tem provas materiais visíveis. Porém, a lógica do progresso centralizado tem efeitos mais perversos, que exigem um olhar mais atento para identificar. No Brasil, um deles é o encarecimento do custo de vida para o trabalhador e aumento da dificuldade de seu acesso aos bens de consumo que ele mesmo produz.

     Primeiramente, onde mora o trabalhador? - Via de regra nos bairros do entorno da cidade, pois os preços dos terrenos no centro se tornam inacessíveis para ele. Quanto menor a renda, mais longe do centro. E onde está instalado o comércio? - No centro. Ou seja, o trabalhador já tem um custo maior até para chegar até o produto a ser adquirido. Prá trabalhar não é diferente. É também o trabalhador que gasta mais tempo no trânsito para ir e voltar do trabalho. E quem lucra com tudo isso?

Instalações construídas com projeto, recursos e mão-de-obra familiar.
     Se queremos desenvolvimento sustentável e solidário, precisamos romper com a lógica capitalista do progresso centralizado e concentrador, num movimento que vai em duas direções: (1ª) evitando a superpopulação e a constituição de metrópoles e, (2ª) valorizar e incentivar em cada cidade o desenvolvimento de comércio local, em cada bairro, capaz de oferecer com qualidade os bens e serviços que a população precisa.

Instalações da "Dubom & Barato", Bairro Martello.
     No Brasil, os pequenos e médios estabelecimentos, no campo e na cidade, são os responsáveis pela grande maioria dos postos de trabalho. A descentralização contém outro aspecto importante: ela potencializa a distribuição de renda e faz o dinheiro circular por mais tempo no local. Enquanto um grande empresário explora seus funcionários e aplica nos grandes centros as riquezas pro esses produzida, o dinheiro recebido pelos pequenos comerciantes é reaplicado quase que em sua totalidade na comuniadade local.  

     Não é diferente com as políticas públicas. Hoje, as melhores opções estão ainda concentradas nos grandes centros. Um doente para fazer um exeme ou tratamento especializado precisa ser transportado 500 km. Na área de educação não é diferente. Só agora, com o Governo Lula, do PT, é que Caçador vai receber um Instituto Federal de Educação. Essa é a realidade de centenas de cidades e municípios brasileiros, completamente abandonados pelos governos anteriores.

     A criação do IFET em nosso município é mais uma demonstração concreta do que o Governo Federal tem feito para tentar mudar a lógica perversa da estrutura de nossa sociedade. Precisa ser feito mais, mas já é um sinal de mudança. EM SC, pelo contrário, o governo Luiz Henrique usou a ideia de descentralização administrativa exatemente para colocar a coisa pública a serviço dos interesses privados dos "amigos do rei". Mas, essa é uma outra história que precisa ser bem analisada, porque nesse caso os interesses são absolutamente outros.

     Pensar um projeto para melhorar Caçador, Santa Catarina e o Brasil exige investir numa lógica de melhor distribuição e descentralização dos investimentos e das riquezas. É preciso investir nos bairros e valorizar as pequenas cidades.

Um comentário:

  1. pois é, veja só, os vereadores de Caçador e todas as outras autoridades permitiram q o Hospital Jonas Ramos fosse fechado para daí então ir atrás de solução. Uma vergonha. Tenho absoluta certeza q se tivessem pedido auxilio estadual e federal antes isso não teria acontecido. Ou será q isso não é interesse da população caçadorense? Nada contra, mas verba p/ a construção do parque central foi solicitada e veio, questão de prioridades. Vamos acordar!!!! Saulo é do PSDB q está com Colombo, q apóia LHS aí vem dizer q saúde é prioridade?

    ResponderExcluir