sexta-feira, 22 de junho de 2018

1ª carta ao Leonardo Gois... Gratidão

Brasília/DF, 22 de junho de 2018

 
 
 
 
 
Uma boa forma de gratidão é honrar o que de bom herdamos de nossos antepassados e, se possível, fazer ainda melhor.











 Filho,

Hoje reabri este blog e, ao reencontrar-me com postagens de quase 10 anos, percebi que, sabe-se lá daqui há quantas décadas, tu poderás visitar essa página e aqui encontrar-me, sempre pronto para te acolher, abraçar, beijar e te amar em minhas palavras.

Sabe, filho, a nossa memória é o nosso grande refúgio. É ali, na minha e na tua memória, que residem verdades sobre nós que só pertencem a nós. Só nós as temos em sua totalidade. E tem uma coisa que é fundamental, que tu sabes mas, que faço questão de ser o tema dessa primeira cartinha que escrevo a ti, guri: a GRATIDÃO.

Talvez, filho, tu, agora, tenhas pensado em consultar - ou consultou - aquele pequeno dicionário que te dei de presente para ser teu apoio em todas as horas, para que tu conheças, entendas e amplies o significado das palavras.

Pois bem, eu várias vezes visitei diferentes dicionários para buscar o significado da palavra GRATIDÃO. No entanto, em nenhum deles consegui significado igual ou maior que o sentimento que me invade pela gratidão que sinto por Deus, - Criador e protetor de todas as coisas -, pelos meus pais que me geraram, e, por ti, meu filho, que és a esperança de continuidade, aperfeiçoamento e multiplicação daquilo que foram nossos antepassados, e, daquilo que eu busco ser e testemunhar para ti.

Gratidão, meu filho, é a gente perceber que sem Deus e sem nossos antepassados nós, simplesmente não existiríamos. Simples, assim. Não existiríamos. Então, por mais que a gente faça e agradeça, não conseguiremos retribuir em igual grau, porque, afinal, é deles que viemos; foram eles quem nos fizeram, nos cuidaram, nos educaram. A melhor forma de sermos gratos é testemunhar o que de bom foram e, se possível, fazer melhor ainda.

A outra gratidão, a que sinto por ti seres meu filho, é tão grande quanto a anterior. Afinal, assim como meus pais vivem em mim, nas minhas células e no meu DNA, assim, também, eu vivo em ti... Acompanhando teu crescimento, tua conduta, teus princípios, teus valores, tuas atitudes, sou muito orgulhoso por ser teu pai e estou certo que a mesma integridade, honestidade, coragem, sabedoria que herdei de nossos antepassados, seguirão contigo, por todos os bons caminhos que tu haverá de trilhar. 

Muito grato, meu filho. 

Que Deus te abençoe, sempre. E, quando vierem teus filhos, que tu sejas grato por eles como sou por ti... porque estou certo que eles lhe honrarão, como você honra e sempre honrará a mim e os nossos antepassados.
Eduardo Gois.

sábado, 20 de abril de 2013

Salário, dependência e assistencialismo

Foto: Edu Góis
Vi, por aí, um post zombando de certas políticas assistenciais governamentais, destinadas a premiar a irresponsabilidade enquanto que, para quem "resolve estudar e andar na linha", o prêmio reservado seria um salário mínimo que é uma miséria. 
Apesar dos equívocos e das limitações da crítica, ela me fez pensar, mais uma vez sobre o que precisa, efetivamente mudar em nosso país e no mundo capitalista.
Vida de trabalhador é sofrida, o sabemos. O salário mínimo -  destinado a fins previdenciários - já foi bem pior em décadas recentes, mas continua baixo, é fato. Precisa melhorar, indiscutivelmente. Porém, a imensa maioria dos/das trabalhadores/as não trabalha para o governo; trabalha e produz altíssimos lucros para empresários e acionistas da iniciativa privada, proprietários das gordas "corporações" capitalistas dos vários setores. Por que, então, o governo teria que pagar os seus salários ou assumir, sozinho, a culpa pelos salários de fome que tais senhores pagam? Por que a artilharia é voltada contra o governo, e não contra a classe proprietária, saqueadora das riquezas produzidas e produtora da miséria econômica e social?
Post circulando nas redes sociais
Vambora cobrar do governo o que lhe é devido. Mas, vambora se organizar, lutar com força e cobrar dos nossos milionários patrões o pagamento de salários dignos, a devolução do suor expropriado e a distribuição das riquezas e fortunas que produzimos! 
Sem isso, não há governo que dê conta de remediar as desgraças que a elite capitalista privada cria e espalha Brasil a fora. Além de tomar da elite capitalista o comando do Estado - o que ainda não ocorreu - é hora de estancar a super-exploração e conquistar mais dignidade à classe trabalhadora frente a seus exploradores. São duas frentes que precisam avançar juntas. Do contrário a classe trabalhadora não se libertará dos desmandos da elite capitalista privada e da dependência das políticas assistencialistas do Estado privatizado.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Todo gato é gato, e rato também é gato

Imagem: http://wildzoo.blogspot.com.br/2011/08/parasita-toxoplasma-gondii-transforma-o.html
Que reforma política e eleitoral?
Eu acredito que a única reforma política que efetivamente dê resultados seja a elevação da educação política e cidadã dos brasileiros, aliada a medidas efetivas de distribuição de renda. 
Não há Estado que dê conta de remediar as mazelas sociais criadas pela elite brasileira, sem que suas fortunas sejam repartidas; não há mudança eleitoral que dê conta de corrigir a cultura patrimonialista e a corrupção na política, sem voto mais com mais qualidade e povo com condições de assumir maior controle direto sobre os eleitos e sobre o poder, efetivamente.
Do contrário, o poder público continuará refém da elite predatória, os eleitos continuarão reféns dos interesses de grupos privados e os eleitores reféns das siglas partidárias e seus arranjos eleitoreiros, sujeitos a mudarem a maquiagem para manter as velhas práticas e reproduzir os velhos vícios. 

Essa é a reforma política na qual acredito: participação e controle direto, voto com qualidade e medidas estruturais para distribuir as riquezas injustamente concentradas. O restante será consequência, e o povo exercerá o poder, de uma forma ou de outra.

E os partidos políticos? 
Em minha modesta avaliação sobre a recente história das agremiações partidárias, de 1980 a meados da década de 1990 até houve alguns indícios de que poderíamos ter no Brasil a organização de partidos políticos, efetivamente. Porém, o novo século nos surpreendeu com um retrocesso sem antecedentes em nossa história recente e, desde então, em nome da governabilidade e do fatiamento do poder, todo gato é gato, e rato também é gato, desde que ratos e gatos estabeleçam acordos sobre as fatias do queijo que caberá a cada um. E, dane-se quem produz o queijo, afinal, a maioria desses continua elegendo gatos e ratos, achando que esses o representarão.