quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

RELACIONAMENTO, PAIXÃO E PRECAUÇÃO

Chamou minha atenção, essa semana, uma história que eu já havia lido e que, casualmente me foi novamente enviada pela net. É a seguinte:
Um casal de namorados estava andando de moto
Menina: Vai devagar estou com medo.
Menino: Não, isso é divertido.
Menina: Está me assustando…
Menino: Então Diz que me ama
Menina: Eu te amo, agora vai devagar.
Menino: Então me abraça.
A menina o abraçou: - Agora vai devagar.
Menino: Tira o meu capacete e coloca em você, ele está me machucando.
Menina: Está bem.
No jornal do dia seguinte a manchete estampava: ACIDENTE – Casal em moto sem freio não vence a curva e bate em muro. Só a moça sobreviveu.”
Acompanha o relato a seguinte “Moral da história”: Quando o namorado descia o morro viu que o freio não estava funcionando, então quis ouvir pela última vez a namorada dizer que o amava, depois de sentir o seu abraço pela última vez, e pedir para ela colocar o capacete dele nela, para apenas ela sobreviver!

Um bom romântico pode ver nisso um Romeu motorizado, fazendo sua declaração de amor. Um bom cristão pode até considerar a possibilidade de sepultar o apaixonado rapaz como mártir que sacrificou-se pela amada. Como bons seres humanos precisamos aproveitar a história para pensar melhor sobre os relacionamentos, quaisquer que sejam.
Em que pese o gesto sublime do rapaz, poderíamos ter outro final se o casal tivesse o devido cuidado e ambos estivessem usando capacete? E se o moço tivesse feito a revisão e manutenção adequada do seu veículo? - Quem sabe.

Por contraditório que pareça, às vezes, é preciso tomar distância do contexto para poder interpretá-lo melhor e pensar de maneira mais isenta, sem o vício do envolvimento passional com a circunstância.
 Quando as pessoas se envolvem magicamente num relacionamento parece que são tomadas por uma substância tóxica que as cega e as impede ver o que é óbvio para todos os de fora. É o obcecado que perde dinheiro para o mágico da bolinha nos copos, o apressado que compra o 1º carro velho que aparece, o esperto que compra bilhete premiado, o inocente que acredita em histórias milagrosas, o alienado que vota sempre no mesmo candidato vigarista; são os amantes que se apaixonam perdidamente e renunciam a si mesmos prá viver em função da sua “alma gêmea”. Em todos os casos o que vemos? Seres descuidados e imprudentes andando de motocicleta em alta velocidade, sem verificar os freios e sem tomar as devidas precauções de segurança.
Nas grandes paixões as pessoas se tornam egoístas, limitadas, possessivas e ao invés de ambas olharem e andarem juntas em direção ao horizonte, passam a viver olhando-se uma para a outra, paradas no tempo enquanto a vida passa... e, muitas vezes, traz um final mais ou menos trágico de desgaste, discórdia, stress, desgostos, desilusão... 

DE-SI-LU-SÃO... pronto! Essa parece a palavra mais habitual do final de uma relação loucamente apaixonada; a confissão de que os “apaixonados”, na verdade eram “intoxicadas” pela substância ilusonamina...(cujo nome acabei de inventar).  Como o casal da moto que em si mesmado se descuidou de dois pequenos e fatais detalhes: os freios e o capacete. 
Ame, não se iluda. Se relacione, não se anule. Confie, não se aliene... Jamais abdique de você nem descuide dos detalhes. Afinal, como diz o ensinamento, é preciso amar o próximo como a si mesmo. Ou seja, quer amar? Comece amando-se.

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