sábado, 20 de abril de 2013

Salário, dependência e assistencialismo

Foto: Edu Góis
Vi, por aí, um post zombando de certas políticas assistenciais governamentais, destinadas a premiar a irresponsabilidade enquanto que, para quem "resolve estudar e andar na linha", o prêmio reservado seria um salário mínimo que é uma miséria. 
Apesar dos equívocos e das limitações da crítica, ela me fez pensar, mais uma vez sobre o que precisa, efetivamente mudar em nosso país e no mundo capitalista.
Vida de trabalhador é sofrida, o sabemos. O salário mínimo -  destinado a fins previdenciários - já foi bem pior em décadas recentes, mas continua baixo, é fato. Precisa melhorar, indiscutivelmente. Porém, a imensa maioria dos/das trabalhadores/as não trabalha para o governo; trabalha e produz altíssimos lucros para empresários e acionistas da iniciativa privada, proprietários das gordas "corporações" capitalistas dos vários setores. Por que, então, o governo teria que pagar os seus salários ou assumir, sozinho, a culpa pelos salários de fome que tais senhores pagam? Por que a artilharia é voltada contra o governo, e não contra a classe proprietária, saqueadora das riquezas produzidas e produtora da miséria econômica e social?
Post circulando nas redes sociais
Vambora cobrar do governo o que lhe é devido. Mas, vambora se organizar, lutar com força e cobrar dos nossos milionários patrões o pagamento de salários dignos, a devolução do suor expropriado e a distribuição das riquezas e fortunas que produzimos! 
Sem isso, não há governo que dê conta de remediar as desgraças que a elite capitalista privada cria e espalha Brasil a fora. Além de tomar da elite capitalista o comando do Estado - o que ainda não ocorreu - é hora de estancar a super-exploração e conquistar mais dignidade à classe trabalhadora frente a seus exploradores. São duas frentes que precisam avançar juntas. Do contrário a classe trabalhadora não se libertará dos desmandos da elite capitalista privada e da dependência das políticas assistencialistas do Estado privatizado.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Todo gato é gato, e rato também é gato

Imagem: http://wildzoo.blogspot.com.br/2011/08/parasita-toxoplasma-gondii-transforma-o.html
Que reforma política e eleitoral?
Eu acredito que a única reforma política que efetivamente dê resultados seja a elevação da educação política e cidadã dos brasileiros, aliada a medidas efetivas de distribuição de renda. 
Não há Estado que dê conta de remediar as mazelas sociais criadas pela elite brasileira, sem que suas fortunas sejam repartidas; não há mudança eleitoral que dê conta de corrigir a cultura patrimonialista e a corrupção na política, sem voto mais com mais qualidade e povo com condições de assumir maior controle direto sobre os eleitos e sobre o poder, efetivamente.
Do contrário, o poder público continuará refém da elite predatória, os eleitos continuarão reféns dos interesses de grupos privados e os eleitores reféns das siglas partidárias e seus arranjos eleitoreiros, sujeitos a mudarem a maquiagem para manter as velhas práticas e reproduzir os velhos vícios. 

Essa é a reforma política na qual acredito: participação e controle direto, voto com qualidade e medidas estruturais para distribuir as riquezas injustamente concentradas. O restante será consequência, e o povo exercerá o poder, de uma forma ou de outra.

E os partidos políticos? 
Em minha modesta avaliação sobre a recente história das agremiações partidárias, de 1980 a meados da década de 1990 até houve alguns indícios de que poderíamos ter no Brasil a organização de partidos políticos, efetivamente. Porém, o novo século nos surpreendeu com um retrocesso sem antecedentes em nossa história recente e, desde então, em nome da governabilidade e do fatiamento do poder, todo gato é gato, e rato também é gato, desde que ratos e gatos estabeleçam acordos sobre as fatias do queijo que caberá a cada um. E, dane-se quem produz o queijo, afinal, a maioria desses continua elegendo gatos e ratos, achando que esses o representarão.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Desrespeito aos "concurseiros"


Prezad@ Concursand@

A opinião que apresento a seguir tem a intenção exclusiva de partilhar com tod@s aquel@s que levam a sério os concursos públicos, prezam pelos princípios da administração pública e se preparam com esforço e, quase sempre, sacrifício, para prestar concurso público.
De cara, o EDITAL Nº 01/2013 – MinC, de 28 de janeiro de 2013 causou estranheza por alguns aspectos e procedimentos adotados per banca responsável. Fiz a prova, ontem, mais por curiosidade. A "qualidade" das questões confirmaram o estranhamento e, agora, estou vendo alguns detalhes do edital mais estranhos ainda, o que me levou a compartilhá-los com @s amig@s leitor@s. 
Trata-se do Instituto Cidades, nitidamente despreparado, inexperiente e sem qualidade técnica para realizar seleção em concursos - pelo menos não no âmbito da administração pública Federal e nos padrões de qualidade de bancas que conhecemos como ESAF/MF, CESPE/UNB e FCC, por exemplo. Lista de quantidade de provas aplicadas nem sempre garante muita coisa, não é?! 
Provas disso são as questões mal elaboradas e o fato de dificultarem a a apresentação de recursos. Veja o tamanho do ABSURDO:
"13.4. Todos os recursos deverão ser dirigidos ao Presidente da Comissão de Concurso, em formulário padronizado, E ENTREGUES, PESSOALMENTE OU POR PROCURAÇÃO, dentro do prazo indicado no subitem 13.2, NO ENDEREÇO E HORÁRIOS constantes no subitem 3.4 deste Edital, quando da publicação do resultado de cada evento passível de recurso."  (SBN (Setor Bancário Norte) Quadra 2, Bloco F, Ed. Via Capital, sala 1514, CEP: 70.940 – 970, Brasília- DF, das 8h às 12h e das 13h às 17h)
13.9. Não serão aceitos os recursos interpostos por fac-símile (fax), telex, telegrama, Internet ou outro meio que não seja o especificado neste Edital.
13.10. Também não será aceito o recurso interposto sem o fornecimento de quaisquer dos dados constantes no subitem 13.6. ou sem fundamentação ou bibliografia pertinente.
13.11. A banca examinadora determinada pelo Instituto Cidades constitui última instância para recurso, sendo soberana em suas decisões, razão pela qual não caberão recursos adicionais.
A impressão que fica é a de uma banca que aplica prova mal elaborada e, para piorar, tenta impedir, ou impede - na prática - que os participantes recorram, ao impor como única possibilidade que os recursos sejam entregues, pessoalmente ou por procuração.
Minha opinião? - Errou feio o Ministério da Cultura ao designar essa "banca" para realizar o concurso. Um lamentável desrespeito aos milhares de participantes que levaram a sério o edital e participarem desse episódio, no mínimo, muito estranho. Embora não tenha sido o meu caso, sei que muitos gastaram tempo e dinheiro se preparando, na expectativa de uma prova à altura do que merece e precisa a seleção para um Ministério do Governo Federal. Muito estranho! Suspeito?, talvez!